O cantor Gilberto Gil na minha opinião é um dos três maiores da nossa história e confesso que conheci tarde seus trabalhos, mas já conhecia algumas de suas famosas canções. Quando dediquei a a procurar seus trabalhos como seus discos vi que a riqueza de seus trabalhos é muito grande e sua capacidade artística é impressionante, sabendo não só interpretar, mas como tocar instrumentos e experimentar vários estilos musicais dentro da MPB.
Entre tantos trabalhos que Gil fez um dos que mais me encantou foi o disco Refazenda, gravado em 1975. Esse trabalho seria uma amostra de sua versatilidade com a música, sabendo se impor em qualquer estilo e mostrando um jeito diferente de compor suas canções, tanto na letra e nas melodias já que o Tropicalismo já tinha atravessado o fim de sua linha.
Dentre as canções já destaco a faixa "Refazenda" que dá nome ao disco. O verbete era diferente e nunca visto em um dicionário, gerando um misto de estranheza e compreensão com o que ele queria dizer com essa palavra. A letra da canção é uma poesia e ouvi ela na Faculdade em uma das atividades referente as palavras ditas, ou seja, a canção de fato é uma aula. A canção foi muito bem recebida, mas também teve críticas dos militares por acharem que era uma afronta ao governo da época por conta de alguns trechos. Entre as canções da carreira de Gil é uma das minhas cinco canções favoritas.
Gilberto Gil entre 1975/1976 |
Outra grande canção deste disco é "Tenho Sede" que não é de sua autoria, mas soube muito bem exercer a função de interpretar com maestria essa faixa que mostra uma belíssima letra como se Gilberto Gil tivesse composto, mas a canção é de Dominguinhos.
A faixa "Ela" tem um estilo que ainda faz lembrar os tempos do Tropicalismo, mas lembra também um jeito nordestino de tocar, forma que foi inspirado em todo disco.
Vejamos uma simplicidade de som na canção "Pai e Mãe" e achei riquíssima a canção por conta da sua letra que juntando ao violão e a voz serena de Gil a canção se transforma em algo único.
Uma canção que foge um pouco do foco do disco é a faixa "Esse é Pra Tocar no Rádio" que parece um trava língua por conta da rapidez na interpretação. É uma canção divertida, mas pode ser considerada uma a mais fraca deste disco.
No disco tem mais uma assinatura de Dominguinhos, mas desta vez em parceria com o próprio Gilberto Gil, que é na faixa "Lamento Sertanejo" que é uma obra linda de voz, violão e letra muito bem composta.
Faixas
Faixa | Título | Compositor(es) |
1 | Ela | Gilberto Gil |
2 | Tenho Sede | Dominguinhos, Anastácia |
3 | Refazenda | Gilberto Gil |
4 | Pai e Mãe | Gilberto Gil |
5 | Jeca Total | Gilberto Gil |
6 | Esse é Pra Tocar no Rádio | Gilberto Gil |
7 | Ê, povo, ê | Gilberto Gil |
8 | Retiros Espirituais | Gilberto Gil |
9 | O Rouxinol | Gilberto Gil, Jorge Mautner |
10 | Lamento Sertanejo | Gilberto Gil, Dominguinhos |
11 | Meditação | Gilberto Gil |
Ouça o Disco
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