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terça-feira, 11 de outubro de 2011

#09 Ângela Maria - As 40 Maiores Cantoras Brasileiras da História


Posição 09 - Ângela Maria


Uma das mais longas carreiras de uma cantora no Brasil, sim, com mais de 60 anos temos a poderosa voz de Ângela Maria nos encantando pelo Brasil, desde a época de ouro das rádios, inícios de transmissões de TV e nos bailes da saudade.

Abelim Maria da Cunha nasceu na cidade de Conceição de Macabu, no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1928 e começou a cantar no coro da igreja quando criança.

Aos 20 anos, Ângela Maria começou a cantar no Dancing Avenida. Foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira que a levaram para a Rádio Mayrink Veiga. Iniciou sua carreira profissional cantando em diversos programas radiofônicos com onome artístico Ângela Maria, para que a família não descobrisse. Participou de vários deles, entre os quais "Pescando Estrelas", na Rádio Clube do Brasil; "Hora do Pato", na Rádio Nacional; "Trem da Alegria", na Rádio Nacional, e "Papel Carbono", na Rádio Nacional, além do famoso programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi. Em sua primeira apresentação na rádio, esqueceu a letra, saiu do ritmo e, quase aos prantos, cantou o samba-canção "Fuga". Pensou que perderia o emprego, mas a produção lhe deu o prazo de uma semana para criar um repertório próprio e deixar de imitar Dalva de Oliveira. Daí em diante, começou a revelar seu talento e originalidade.

Estreou em discos em 1951, gravando pela RCA Victor o LP Com o Diabo no Corpo com sambas "Sou Feliz", e "Quando Alguém Vai Embora". No mesmo ano, gravou os boleros "Sabes Mentir", e "Recusa", e os sambas "Segue", "Meu Coração" e "Meu Dono, Meu Rei". Nesse ano, sua gravação do samba "Não Tenho Você" bateu recordes de vendagem e lhe valeu o início de uma fase de grande sucesso.

No ano seguinte gravou mais um álbum de samba chamado Rua Sem Sol, o sucesso foi o samba-canção "Nem Eu", de Dorival Caymmi. Obteve outro grande sucesso no mesmo ano com o samba-canção "Vida de Bailarina". Nesse mesma época apresentou show com Dorival Caymmi na Boate Casablanca, na Praia Vermelha, RJ. Ângela Maria já estava a cada dia se consagrando em sua carreira, com sambas e boleros, onde conseguiu um público mais crítico e rígido que frequentava grandes casas de shows na época.

Ângela Maria vinha gravando um disco por ano ou até mais que um disco por ano entre os lançados que tiveram uma boa repercussão de vendas e críticas foram O Rei do Movimento, Carnaval em Marte, Fugitivos da Vida, Tira a mão daí!, O Feijão é Nosso, Com Água na Boca, Feitiço do Amazonas, O Samba na Vila, entre outros dos anos 50.

Em 1954 Ângela Maria foi escolhida como a "Melhor Cantora do Ano". Também nesse ano, foi eleita "Rainha do Rádio", pela primeira vez, chegando a obter o total de 1.464.906 votos. Na ocasião, assim noticiou o jornal O Globo: "Ângela Maria assinalando uma apuração recorde de mais de um milhão de votos, inegavelmente a mais popular cantora do nosso broadcasting neste último ano, sagrou-se a Rainha do Rádio de 1954. A coroação da soberana terá lugar na próxima terça-feira, por ocasião do Baile do Rádio, a ser realizado no Teatro João Caetano".

Em 1955, gravou três sucessos: "Adeus Querido", "Escuta", e "Lábios de Mel", sendo cada rítmo um tango, uma toada e um samba-canção. Nesse ano, foi escolhida "Rainha dos Músicos". Também nesse ano, o samba "Minha Vez Chegou!". Ainda em 1955, foi escolhida pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna "Discos Populares" escrita por ele para o jornal O Globo como a "melhor cantora do ano" recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace.

Sucessos inesquecíveis foram gravados no ano de 1956 como as valsas "Serenta à Virgem Maria", "Mamãe", "Deus te Abençoe" e "Papai Noel Esqueceu", sendo sempre cpnsolidada como uma das melhores cantoras e tendo seus anos 50 como um dos mais vitoriosos.

Os anos 60 para Ângela Maria teve o mesmo prestígio e sucessos e mais discos sendo gravados ano a ano, e vários discos em apenas um ano. O estilo da cantora era tão rico e a vontade de cantar e trabalhar era tão grande que sempre havia músicas para gravar, compositores escrevendo para ela e muitos sucessos um atrás do outro. Os shows então, continuaram lotados e sempre aguardados.

Gravou em 1961 o LP Quando a Noite Vem - Ângela Maria Uma Voz Para Milhões cujo destaque foi "Os Olhinhos do Menino". Nesse ano lançou também o LP Não Tenho Você, seu primeiro grande sucesso e que trazia um compilação de músicas já lançadas anteriormente. No ano de 1962, retornou para a gravadora RCA Victor e lançou dois LPs, Incomparável e Ângela Maria Canta Para o Mundo. O segundo, disco de repertório romântico com composições como "Eu não Disse", "Beijo Roubado" e "Até Breve". O destaque desse LP ficou por conta da marcha "A Lua é Camarada", que foi um dos maiores sucessos do carnaval do ano seguinte. O título do LP Ângela, a Maior Maria, lançado em 1964, mostra um pouco do sucesso popular que ela era na época. Desse disco fazem parte "Esta Noite Não"; "Estereofonia" e "O Amor Mais Belo".

Os anos 70 da cantora teve o mesmo brilho e Ângela passou a conhecer novos compositores, e no ano de 1970 gravou o Ângela de Todos os Temas, no qual interpretou um repertório variado que teve como grande sucesso "Gente Humilde". Entre 1971 e 1976 gravou quatro LPs tendo seu nome como título e nos quais gravou músicas dos novos compositores como Catano Veloso, Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Em 1979 uma parceria que até hoje é lembrada, Ângela Maria com Agnaldo Timóteo, onde garvaram um palbum chamado Ângela e Timóteo, Juntos e teve uma grande repercussão com músicas românticas de boa segmentação, como se fosse um casamento. A parceria deu tão certo, que vira e mexe se vê os dois juntos cantando.

Outra parceria de sucesso, já nos anos 80 foi com Cauby Peixoto, onde gravaram o disco Angela & Cauby, teve uma ótima repercussão. Neste disco teve gravações de músicas românticas e composições de grandes autores, dos novos aos mais antigos. Assim foi o destaque dos anos 80 de Ângela Maria, as suas parcerias.

Os anos 90 e 2000 Ângela Maria puxou um pouco o freio em sua carreira, gravando poucos álbuns, seu foco era mais seus shows que sempre eram lotados e as músicas cantadas era as antigas. Recebeu muitas homenagens em programas de TV e ganha prêmios pelo conjunto da obra e carreira. Em 2011, após 45 anos do surgimento da série Depoimentos para a Posteridade do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi convidada em 23 de agosto para deixar registrada sua história. Na entrevista contou passagens importantes de sua carreira artística, afirmando ter gravado 114 discos e vendido cerca de 60 milhões de exemplares.

Ângela Maria influenciou muitas novas cantoras do estilo romântico ou cantoras que interpreta vários estilos. Sua força e garra para trabalhar e mostra qualidade foi sua grande marca, pois nunca se viu nada tão belo e harmonioso como a banda que acompanhava Ângela.

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