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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Quatro Escolas vencem as Análises dos Sambas - Veja Ranking Completo




Após analisar e avaliar os 14 sambas das escolas que estarão no Grupo Especial no Carnaval São Paulo em 2018 temos como a grande vencedora quatro escolas de samba que conseguiram chegar aos 40 pontos de nota, ou seja, alcançou a nota máxima.

As vencedoras foram Acadêmicos do Tatuapé, Mancha Verde, Dragões da Real e Império de Casa Verde. Nunca aconteceu um empate desta forma na primeira colocação, mostrando que nesse ano a safra de fato está melhor e notamos isso na segunda colocação que tem duas escolas de samba e na terceira colocação que tem três escolas de samba.

Para quem acompanhou as 14 análises individualmente verificou que cada samba era dividido em quatro quesitos, sendo eles letra, melodia, interpretação e adequação ao enredo. E para quem é mais antigo aqui e acompanha as análises sabe que não sou um músico, letrista ou historiador e sim um amante de carnaval que acompanha desde 1997 os desfiles das escolas de samba de São Paulo e também do Rio de Janeiro, ou seja, acredito que guardo esta experiência por conhecer o que os sambas geralmente traz a cada ano.


Veja abaixo o Ranking das 14 escolas de samba e quem quiser ver a análise de cada samba, basta apenas CLICAR no nome da agremiação.



( 1 ) Acadêmicos do Tatuapé 40

Dragões da Real 40

Império de Casa Verde 40

Mancha Verde 40
( 2 ) Rosas de Ouro 39,9

Gaviões da Fiel 39,9
( 3 ) Vai-Vai 39,8

Unidos do Peruche 39,8

Independenhte 39,8
( 4 ) Tom Maior 39,6
( 5 ) Mocidade Alegre 39,4

Acadêmicos do Tucuruvi 39,4
( 6 ) Unidos de Vila Maria 39,3
( 7 ) X-9 Paulistana 39,1




domingo, 14 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Acadêmicos do Tucuruvi




"Uma noite no museu"



Compositores: Turko, Maradona, Rafa do Cavaco, Diego Nicolau Dr. Eduardo, Gustavinho Oliveira e Tinga
Interprete: Alex Soares
Diretor de Bateria: Mestre Guma Sena



Sentindo acelerar o coração
A emoção me guia
Desbravando as civilizações
Somos todos guardiões de Alexandria
Faz renascer...
De belas artes a inspiração
A genialidade feita a mão
Da Grécia à modernidade
Lá... onde o passado eternizou
Só a ciência revelou

Na luz a explosão (boom)
Assim surgiu a vida ... essência natural
É a vida... na pré-história encontrei
Nessa magia me encantei

Em nome do pai
Tempos sombrios, santa inquisição
Dá calafrio ver assombração
Na era da mitologia
É festa na aldeia à luz do luar
Na ginga tem ilusão no olhar
'Madame de Cera', a cópia fiel
No futebol eterna paixão
O folclore é tradição
Sou eu... 'imagem do som' e beleza
Salve a língua portuguesa
Meu samba é Brasil

Uma noite no museu... você e eu
Fazendo história nesse carnaval
É show na galeria, meu Tucuruvi
Pode aplaudir
 
 


 
 
Análise do Samba
 
Finalizando as análises dos 14 sambas das escolas do grupo especial de São Paulo vamos com a Acadêmicos do Tucuruvi que irá retratar no Anhembi uma visita ao museu e nesta visita irá percorrer por vários temas e diversas exposições ligadas a diferentes artes.

O enredo nos remete a algo divertido que iremos ver, pois o tema museu equivale a muitas possibilidades e torcemos para que o desfile da Tucuruvi seja de muita superação devido ao incidente ocorrido em seu ateliê.

Sobre o samba ela foi composta por grandes letristas já conhecidos do carnaval paulistano e por conta do tema / enredo ser de muitas possibilidades até porque museu podemos ver 'de tudo' a letra teria que ser bem mesclada ou explicando de forma didática generalizando de forma coerente e poética o enredo e olha que temos alguns momentos que a letra chega a bons pontos de coerência e linearidade como destaco o segundo refrão que para mim é o melhor momento do samba.

Uma preocupação já dito em outras análises é a questão da segunda estrofe que nos últimos anos tem dado trabalho aos compositores e os resultados não tem sido espetaculares, isso porque a segunda estrofe é onde se complementa o enredo de acordo com a sinopse e ficar adequado, no caso da Tucuruvi está bem adequado, porém os versos não ficaram tão bonitos assim, fazendo uma mistura de temas que existem em museus deixando um pouco bagunçado, principalmente no seu final.

O interprete Alex Soares segue pelo terceiro ano consecutivo na escola e gosto muito da sua forma de interpretar e um detalhe é que ele é um dos mais afinados interpretes do carnaval paulistano e seria interessante que ouvíssemos trabalhos seus fora do carnaval como trabalhos de samba ou MPB


Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Unidos do Peruche



"Peruche celebra Martinho: "80 anos do Dikamba da Vila""



Compositores: Toninho Penteado, Émerson Brasa, Nando do Cavaco, André Filosofia, Diley Machado, Alcides Júnior, Sérgio VJS, Marcelo Vila Isa, Leandro Bata´s, Jairo Roizen, Ronny Potolski, Sukata, Morganti, Claudinho, Tavares, Valêncio, Butti, Evandro Malandro, Tubino, Alberjan, Jr Fragga, Leo Rodrigues, Rogério Acioli, Meiners e Victor Alves
Interprete: Toninho Penteado
Diretor de Bateria: Mestre Marquinhos
 
 
 
Vai ter kizomba e axé
Peruche é samba no pé
É tradição, celeiro de bambas
Oitenta fevereiros a cantar
"deixa a tristeza pra lá"

O som dos tambores ecoa no ar
É força, é magia, Mãe África!
Dois povos, uma só nação
Num elo de amor e união
E nos cafezais do interior
Desperta o talento de um menino
E foram tantas influências musicais
No cantarolar da procissão
A luz da fé guiava o seu coração

É da Vila, da Vila... partideiro menestrel
Do povo... lá do berço de Noel
"renasce das cinzas", "meu laiaraiá"
"feitiço" que encanta o boulevard

E assim, cruzou os mares
Fez da poesia a missão
Redescobrindo sua identidade
Na semelhança com nossos irmãos

Toca "viola e pandeiro", vem recordar
Dikamba nos versos e nas melodias
Celebrando em boemia
"sonhos" vão além da "quarta-feira"
A "liberdade" é "raiz" verdadeira
Martinho dá o tom... na filial, "é pra lá de bom"
 
 
 
 
 
 
Análise do Samba

Desde que a escola de samba Unidos do Peruche voltou ao grupo especial de São Paulo em 2016 vem trazendo grandes sambas e destaco o próprio samba de 2016 que foi escolhido aqui como o melhor e o de 2017 não ficou tão longe.

Em 2018 a Peruche irá falar de um dos maiores sambistas que é Martinho da Vila, também conhecido como Dikamba que completa 80 anos de vida.

O que chama a atenção é o número gigante de compositores que na conta que fiz deu 25 e alguns deles são bem conhecidos do Carnaval Paulistano por fazer grandes obras poéticas. A verdade é que o samba oficial é uma junção de dois sambas que na disputa eliminatória estavam bem linear e parecia ser algo como um só. Não consigo imaginar vendo a letra qual parte da letra pertence a um dos sambas e vice versa, mas tirando isso se trata de uma bela letra e acredito que os compositores entenderam muito bem o planejamento, história e o enredo e conseguiram extrair belos versos como os dois refrões e destaco o primeiro que é bem criativo e bonito, assim como o segundo refrão que tem partes que servirão para empolgar quem estiver acompanhando como "É da Vila, da Vila".

A segunda estrofe é uma das melhores compostas deste carnaval, tendo uma linearidade perfeita e mostrando muito bem a trajetória de Martinho, misturando entre os versos nomes e trechos de suas grandes canções e deu muito certo essa "colagem". A primeira estrofe encontrei nele bons versos e uma boa descrição, porém faltou essa linearidade, ficando um pouquinho confuso.

A melodia mais uma vez está muito bem direcionada e bem casada com a letra, assim como a interpretação de Toninho Penteado que segue mais um ano na escola, dando identidade a escola com sua técnica, ótima voz e sua forma de interpretar. Em alguns pequenos trechos, como na primeira estrofe não ficou tão expressiva a interpretação.


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Mocidade Alegre



"A voz Marrom que não deixa o samba morrer"


Compositores: Biro Biro, Gui Cruz, Imperial, Luciano Rosa, Portuga, Rafael Falanga, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel
Interprete: Tiganá e Ito Melodia
Diretor de Bateria: Mestre Sombra
 
 
Mãe negra, baila seu sonho no ar
Exala o canto da flor mais bela
'O sol há de brilhar mais uma vez'
O povo desce o morro para consagrar
A voz que eterniza a força do nosso cantar
Na gira do jongo que invade o terreiro
Fiz do samba de roda, um batuque feiticeiro
Numa linda 'aquarela'
Marrom é o tom da nossa canção
É raiz da resistência, a negra inspiração

São Luís do Maranhão, ilha do amor
Onde o canto da menina... ecoou
A batida do tambor, é pro santo abençoar
Bumba meu boi, festança popular

Mulher,
Toda forma de amar se traduz em você
O dom de tocar corações
Encantar, provocar emoções
'À flor da pele' declama 'delírios de amor'
Mangueira, sua paixão, estação primeira
No chão de esmeraldas em mangueira
Refloresce a cada carnaval
Num amanhã verde e rosa
Ao sambista mais novo,
Deixa um pedido final

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
Na mocidade, vem ver, o nosso povo cantar
A poesia sorriu ao falar de emoção
Em sua voz, Marrom!




 
Análise do Samba

Uma das escolas de sambas mais vitoriosas deste século é a Mocidade Alegre e virá com o enredo sobre a cantora Alcione que é uma das maiores do Brasil. A escola retratará sua carreira, sua paixão pela escola de samba Mangueira e claro sua cidade natal que é São Luiz do Maranhão.

A letra contou com um time de oito compositores e não foi preciso colocar tantos trechos de suas canções famosas assim como vemos em outros sambas quando se homenageia outros artistas musicais. A primeira estrofe ficou perfeita e com grandes ecos de poesia, assim como vemos nos dois refrões que exalta São Luiz do Maranhão mesclado com Alcione muito bem. A segunda estrofe segue a poesia de forma inspirada, mas o corte poético que se dá para falar da Mangueira achei que tinha que ser mais delicado, é como se estivesse conversando sobre um assunto com uma pessoa e do nada troca por um outro tema drasticamente.

Mais uma vez segue no carro de som os interpretes Tiganá e Ito Melodia que no samba enredo de 2017 acabei tirando décimos e neste ano também e o motivo é que há momentos que senti a interpretação dos versos um pouco abaixo, chegando a não me dar emoção e olha que a letra do samba é bela, mas quando se interpreta sem toda aquela emoção acaba que apaga um pouco a beleza da letra e da canção em si.


Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Unidos de Vila Maria



"Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o princípio! Não contavam com minha astúcia! Arriba Bolanõs, Arriba Vila, Arriba México!"



Compositores: Dudu Nobre, Rafael do Cavaco, Pepê Niterói, André Diniz, Turko, Maradona, Diego Nicolau, Evandro Bocão e Marcelo Nunes
Interprete: Wander Pires
Diretor de Bateria:  Mestre Rodrigo Moleza
 
 
 
Raiou o sol do novo mundo a nos abençoar,
A arte, à luz do dia, se descortinou,
Riqueza borda história desse meu lugar.
'Sigam-me os bons!' ...
Pro berço que abrigou as civilizações,
Os Maias e Astecas ... Quantas Tradições!
A profecia a se concretizar...
Chegou o Espanhol cruzando o oceano!
O ser, que pareceu não ser humano,
trouxe do horizonte a colonização!
Surgindo assim a miscigenação.

Violeiro... Ao som de maracas!
De sombreiro ... alegria eu quero mais!
'Sem querer querendo', celebrei essa união!
À virgem de Guadalupe, nossa fé e devoção!

Tem pimenta na dança da 'chica' mexicana,
Sabor e festança até pra quem se foi!
À beira mar, vou contemplar o paraíso,
Só no talento, eu ganhei o teu sorriso!
E a inocência do menino do barril
Ganhou o mundo, se espalhou pelo Brasil!
Chamei pra avenida
Toda essa turma pra cantar a minha vida ...
Com muita 'astúcia' nossa escola desfila:
Arriba, vila!

'A mais famosa' chegou... eterno caso de amor!
'Isso, isso, isso' É paixão!
Vem reviver a pureza e 'minha nobreza'!
Chaves do meu coração
 
 
 
 
Análise do Samba

Quando a escola de samba Unidos de Vila Maria anunciou que seu enredo seria sobre Roberto Gomes Bolaños fiquei muito contente por ser um dos meus artistas favoritos, sobretudo porque interpretou Chaves e Chapolin, personagens eternos para mim e muitas pessoas.

Por conta deste enredo fiquei na expectativa do samba e inclusive passei a ouvir algumas concorrentes, porém fui me decepcionando com alguns e outros me agradavam pouco e eis que eles lançaram o samba oficial que não chegou a cair totalmente na graça de muitos sambistas.

Acredito que todos os compositores que escreveram os sambas concorrentes devem ter tido alguma dificuldade, pois tinham que incluir Bolaños e México que ao meu ver não parecia ser tão difícil, mas os momentos de mais dificuldades creio que foi incluir o próprio Bolaños no samba e vimos uma chuva de "Isso, isso isso" e "Sem querer querendo" que era até esperado, e claro quando se fala de México tem que sempre falar de pimenta, sombreiro, Guadalupe, Maias e Astecas, tornando algo já esperado e óbvio.

O samba oficial era talvez o que mais conseguia envolver Bolaños e México de uma forma mais criativa, mas mesmo assim não ficou uma letra tão rica e totalmente criativa, no meu caso achei qur tudo que foi composto tinha nada inesperado.

Melhor momento do samba é o segundo refrão que é divertido, ótimo para cantar junto e o que mais deu liga para o enredo Bolaños e México, se tornando a parte mais adequada.

Um dos grandes interpretes do Carnaval que ano passado estava na Vai-Vai, agora canta pela Vila Maria que é Wander Pires que dá o seu melhor neste samba, interpretando muito bem dando vida em cada verso e palavra, mostrando seus graves sempre marcantes. O único momento que achei que faltou algo foi na parte "Chamei pra avenida / Toda essa turma pra cantar a minha vida ...  / Com muita 'astúcia' nossa escola desfila: / Arriba, vila!" e isso por conta da melodia e da própria letra que não ajudou muito nesta parte por ter sido extensa.


domingo, 7 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Império de Casa Verde



"O povo, a nobreza real"


Compositores: Jairo Roizen, Thiago Sukata, Godoi, Luciano Godoi, Claudio Mattos, Tavares, Valêncio, Tubino, William Lima, Meiners e Victor Alves
Interprete: Carlos Júnior
Diretor de Bateria: Mestre Zoinho
 
 
 
Quem sou eu na 'selva de poder'?
Mais um 'bobo da corte' a padecer
Sem desfrutar da riqueza
Que a realeza tem pra oferecer
No 'Reino das Regalias'
A poesia é nossa arma pra lutar
Contra o carrasco da injustiça
Na monarquia impera a corrupção
E nos banquetes, toda a fidalguia
Desperta a insatisfação

É chegado o momento, surge um movimento
A batalha acabou de começar
Na alma da gente a esperança continua
Vem pra rua

Nas esquinas e tabernas
Ecoa o grito da revolução
Na luz dos ideais de liberdade
O 'miserável' se declara cidadão
'Sonhei um sonho' onde há coragem pra mudar o mundo
A igualdade segue junto derrubando as 'Bastilhas'
Um 'sonho sonhei' em que a lei era dignidade
Todo camponês se torna rei
Nessa folia é realidade

Meu império é amor, tem a força pra vencer
Tigre guerreiro não cansa
Vai à luta de novo
Teu sangue azul é cara do povo
 
 
 
 
 

Análise do Samba

Quando a escola de samba Império de Casa Verde anunciou seu enredo fiquei um pouco confuso com o que ele traria no dia do desfile e claro a preocupação com o samba também sobrevoava minha mente isso porque no ano passado a escola fez seu samba sem os tradicionais concursos em eliminatórias e em alguns casos o resultado é bom, mas na Império ficou apenas OK.

Para o ano de 2018 a Império de Casa Verde fez as eliminatórias e alguns sambas foram recebidos e a vencedora foi uma parceria gigante, com o total de 11 compositores que fizeram uma letra de forma didática, explanando muito bem o que o enredo quer mostrar, sem falar que eles acertaram muito bem nas rimas e no geral ficou uma bela obra e por conta disso a letra do samba tem a nota máxima.

Meu momento favorito do samba é o segundo refrão que termina com a frase "Vem pra rua" que acabou se tornando um mantra neste enredo com chamadas para ensaios e formas de mostrar sua identificação total com o samba e/ou escola. Esse trecho me faz lembrar os protestos que ocorreram aqui no Brasil em momentos de crise política que diminuíram bastante.

Um momento importante do samba é a segunda estrofe que em anos anteriores não conseguia chegar ao nível altíssimo como neste ano e vemos em 2018 versos bem descritos e lineares, sem aquela falta de objetividade ou tentativa de preencher lacunas para adequar ao enredo e a parceria foi bem feliz na composição.

A melodia que tem como diretor de bateria Mestre Zoinho vem numa sintonia perfeita, com ritmo acelerado e com momentos de 'virada' de refrão para estrofe muito bem encaixados. Não é minha especialidade avaliar melodia, mas por experiência de anos acompanhando carnaval este tipo de melodia me agrada muito.

Como interprete temos o espetacular Carlos Júnior que é um dos meus favoritos do carnaval paulistano e ele dá identidade a escola e não consigo imaginar Império sem Carlos. Mais uma vez ele foi bem técnico e dá vida a cada verso e sabe interpretar como ninguém.


Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Rosas de Ouro



"Pelas estradas da vida, sonhos e aventuras de um herói brasileiro"



Compositores:  Aquiles da Vila, Guiga Oliveira, Fabiano Sorriso, JC Castilho, Marcus Boldrini, Rafa Crepaldi, Rapha SP, Salgado Luz e Vaguinho
Interprete: Royce do Cavaco
Diretor de Bateria:  Rafael Oliveira
 
 
 
Canta o galo ao despertar, chegou a hora
Adeus, já vou me despedir, amor não chora
Cada retrato que carrego no painel
Traz a saudade que deixei pela distância
ÔÔ ÔÔ meu São Cristóvão, suas mãos vão me guiar
ÔÔ ÔÔ Virgem Maria, venha nos abençoar
E no volante o vento sopra o meu rosto
Feito um amante, ameniza a minha dor
Eu levo sonhos do asfalto para o campo
O horizonte de um futuro promissor

Vem ver… A poeira levantar
Nos caminhos desse chão, meu irmão
Pé na estrada, vamos juntos por aí
Pisa fundo que o destino é logo ali

Cai a noite, o corpo padece
A lua seduz a razão
Olho no espelho, vejo a dama de vermelho
Tantos perigos nas “caronas da ilusão”
Sigo adiante mesmo tão distante
Carrego na bagagem a herança
Tantas prosas vivi, lindas Rosas eu colhi
Êta povo festeiro, chora viola
Somos heróis a desbravar esse mundão
Amor, abra a porta “preu” entrar
Chame as crianças, tô de volta ao nosso lar

Lá vou eu (eu vou), nas curvas desse meu Brasil
Levando na boleia a flor
Razão do meu viver, vou te emocionar
Quando a Roseira passar
 





Análise do Samba

Está aí um dos sambas mais empolgantes na minha opinião do carnaval de 2018 e o que eu mais ouvi  até então. A Rosas de Ouro vem com um samba bem animada, correto e que pelo menos no CD está ótimo para ouvir.

O tema da escola é sobre a vida e o cotidiano dos caminhoneiros que tem uma dura rotina nas estradas pelo Brasil e a escola retrata esta jornada mostrando na letra os perigos que tem na estrada, a saudade da família e os momentos bons quando cruza em novos lugares do Brasil. Para compor a letra o time foi grande e contou com nove autores e muitos deles bem conhecidos do Carnaval Paulistano. O trabalho ficou bom e enxerguei nela como uma poesia e não vi tantos erros como alguns apontam nas redes sociais, mas a única coisa que identifiquei foi o refrão principal que não achei tão criativa sua composição. 

Gosto da forma como foi composta a primeira estrofe que pode lembrar como uma oração ou um mantra para qualquer caminhoneiro que é o despertar do dia, a despedida da família e o início de uma nova jornada de trabalho

A melodia do samba é enérgica e percebo que as notas são bem altas e isso ajuda na interpretação do samba que é feita pelo ilustríssimo Royce do Cavaco que é um dos principais nomes da história do Carnaval Paulistano. Ao interpretar o samba Royce tem a preocupação de verbalizar muito bem as palavras com sílabas tônicas, dando ainda mais força para cada palavra. Temos no áudio do samba no CD a participação da dupla Maiara & Maraisa que ficou muito boa.


sábado, 6 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: X-9 Paulistana



"A voz do samba é a voz de Deus - Depois da tempestade vem a bonança"


Compositores:  Jair Roberto, Vaguinho, Rapha SP, Fabinho NT, Marcelo Lepiane, Salgado, Vitor, Fabio Blanco, Nando e Fernandinho SP
Interprete:  Darlan Alves
Diretor de Bateria: Fabio Américo e Kito



O dom da comunicação
A luz da criação nos concedeu
O verbo do pai,” é divinal”
“Na boca do povo eu tô”
Do “arco da velha é meu carnaval”
“Atire pedra quem quiser”
“Na China olho grande não vai entrar”

Quem planta “bonança” vai colher
Quando a “tempestade” passar
É de arrepiar!
“Quem não pode com mandinga não carrega patuá”

Ora pois, vem pra cá
E não vais recusar
“Maria vai com as outras” é hora de sambar!“
A rainha mandou liberar”

“Se eu conto um conto aumento um ponto”
Pode apostar
Sou xisnoveano apaixonado, “o bicho vai pegar”
“Tiro da cartola” o que no bolso não tem
“Nem sempre o que brilha é prata meu bem”
“Uma andorinha só não faz verão”
Hoje a zona norte é “união”
“Quem tem boca vai a Roma
A esperança não morrerá”
Sente a pulsação do meu ziriguidum
“Um por todos e todos por um”

“Quem canta, os males espanta”
Nessa festa "quem não dança segura a criança"
Chegou X-9, o chão tremeu
"A voz do samba é a voz de Deus"
Pode acreditar é a "voz de Deus 
 
 
 
 
 

Análise do Samba

O samba oficial da escola de samba X-9 Paulistana para 2018 tem gerado algumas discussões e debates nas redes sociais por conta de não ser um samba 'tão feliz' como nos anteriores por saberem que a escola tem uma tradição de grandes sambas ao longo da sua história.

Realmente não é um samba espetacular da escola e acredito que a intenção era boa de fazer uma colagem de vários ditos populares e deixar bem encaixado num samba só, mas alguns versos não teve um grande êxito e não deu uma boa liga e olha que a letra do samba foi composta por dez sambistas e muitos deles já conhecidos pela arte de compor, criar e produzir sambas.

O grande momento do samba é o segundo refrão que achei melhor encaixado e mais divertido de se cantar, sendo um dos versos mais fáceis assim que adquiri todos os 14 sambas do grupo especial.

A segunda estrofe na minha opinião é rodeado de ditos populares inseridos em cada verso praticamente, mas achei pelo menos neste setor o menos criativo e tem sido um dos mais criticados pelas redes sociais. A primeira estrofe vem com a mesma forma de composição com ditos inseridos e achei pelo menos neste setor um pouco melhor que a segunda estrofe e fica mais fácil de compreender. Apesar de tudo o samba se adequa bem ao enredo.

O interprete Darlan Alves é um dos mais queridos e admirados no mundo do carnaval paulistano e vejo que ele dá o seu melhor no samba, interpretando muito bem cada palavra e o que me fez tirar 0,1 de interpretação e melodia é na virada da segunda estrofe para o refrão principal quando ele canta "Um por todos e todos por um".


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