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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Carnaval de São Paulo 2017 | Análise de Samba: Acadêmicos do Tucuruvi



“Eu sou a arte: Meu palco é a rua”


Compositores: Carlos Jr, Fabiano Sorriso, Marcio André, Marcos Vinicius, Wellington da Padaria, Beto Rocha e Biel
Interprete: Alex Soares




Modéstia à parte sou exemplo de união.
Trago da alma minha própria tradução.
Eu vou me emocionar, ao ver você aplaudir,
“É nóis”, Tucuruvi!

Eu vou revelar
A minha história de inspiração.
O homem desenhou na pedra
Sua forma de expressão.
O tempo traz no vento a poesia,
No Olimpo a chama acendeu.
Peças teatrais, cenas visuais,
Uma sociedade alternativa
Desabafa em calçadas marginais.

Desafiei reinos e leis,
Pro desespero do burguês.
O saltimbanco a debochar,
Fez o nobre enlouquecer,
Todo povo gargalhar!

Nas esquinas me transformei,
Cantei e dancei pelo mundo.
Sou uma voz a gritar, Hip Hop no ar,
Herança dos guetos.
Aqui em "Sampa", a “caminhada” continua,
Nas quebradas, pelas ruas,
Traços coloridos, mentes geniais!
Sou luz que ilumina a cidade,
Estrela da comunidade,
Presença imortal, no palco do meu carnaval! 
 
 
Análise do Samba

A escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi em seus últimos carnavais trouxe bons sambas, mas havia algo que chamava a atenção entre os sambistas e amantes do carnaval paulistano que era dizer que falta fazia Freddy Vianna nos vocais da escola, pois ele ficou de 2001 até 2011 quando a escola foi vice-campeã. Após sua saída a escola trouxe nada mais que cinco interpretes para ser o interprete oficial e entre esses nomes teve Igor Sorriso que é um dos melhores do Brasil e que cantou Mazzaropi, sendo na minha opinião o melhor samba pós era Freddy Vianna. 

Eis que em 2016 apareceu Alex Soares e que foi bem cantando o samba sobre a religiosidade brasileira. Algumas pessoas não tinham dúvidas de que Alex tinha que continuar na escola e agregar uma continuidade na identidade vocal da Tucuruvi que era necessária. Enfim, isso não agrega em nada na minha análise do samba, mas era apenas uma observação que queria explanar. Avaliando Alex nesse samba de 2017 eu achei que ele conseguiu dar uma identificação a Acadêmicos do Tucuruvi interpretando bem o samba, mas há partes que vemos que talvez por culpa da melodia e de variações de versos longos e versos curtos ele precisa dar aquela respirada, inclusive eu quando estou cantando em casa, sobretudo no verso "A minha história de inspiração. / O homem desenhou na pedra / Sua forma de expressão".

Analisando a letra do samba ela faz jus a longa sinopse que li e eu acredito que a escola poderá tirar notas máximas na apuração oficial por ser uma das mais claras traduções de sinopse e roteiro de samba, porém eu gosto de analisar a criatividade, a poesia que a letra traz em alguns trechos como vemos na segunda estrofe que finaliza a seu roteiro com belos versos, mas não achei tão magnífica a primeira estrofe e o segundo refrão do samba. Tenho que elogiar o refrão principal que acredito que vai levantar o público e temos o verbo "aplaudir", sempre presente em alguns sambas, mas neste caso pelo enredo proposto era pontual a inserção deste verbo.




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