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domingo, 7 de janeiro de 2018

Carnaval de São Paulo 2018 | Análise de Samba: Império de Casa Verde



"O povo, a nobreza real"


Compositores: Jairo Roizen, Thiago Sukata, Godoi, Luciano Godoi, Claudio Mattos, Tavares, Valêncio, Tubino, William Lima, Meiners e Victor Alves
Interprete: Carlos Júnior
Diretor de Bateria: Mestre Zoinho
 
 
 
Quem sou eu na 'selva de poder'?
Mais um 'bobo da corte' a padecer
Sem desfrutar da riqueza
Que a realeza tem pra oferecer
No 'Reino das Regalias'
A poesia é nossa arma pra lutar
Contra o carrasco da injustiça
Na monarquia impera a corrupção
E nos banquetes, toda a fidalguia
Desperta a insatisfação

É chegado o momento, surge um movimento
A batalha acabou de começar
Na alma da gente a esperança continua
Vem pra rua

Nas esquinas e tabernas
Ecoa o grito da revolução
Na luz dos ideais de liberdade
O 'miserável' se declara cidadão
'Sonhei um sonho' onde há coragem pra mudar o mundo
A igualdade segue junto derrubando as 'Bastilhas'
Um 'sonho sonhei' em que a lei era dignidade
Todo camponês se torna rei
Nessa folia é realidade

Meu império é amor, tem a força pra vencer
Tigre guerreiro não cansa
Vai à luta de novo
Teu sangue azul é cara do povo
 
 
 
 
 

Análise do Samba

Quando a escola de samba Império de Casa Verde anunciou seu enredo fiquei um pouco confuso com o que ele traria no dia do desfile e claro a preocupação com o samba também sobrevoava minha mente isso porque no ano passado a escola fez seu samba sem os tradicionais concursos em eliminatórias e em alguns casos o resultado é bom, mas na Império ficou apenas OK.

Para o ano de 2018 a Império de Casa Verde fez as eliminatórias e alguns sambas foram recebidos e a vencedora foi uma parceria gigante, com o total de 11 compositores que fizeram uma letra de forma didática, explanando muito bem o que o enredo quer mostrar, sem falar que eles acertaram muito bem nas rimas e no geral ficou uma bela obra e por conta disso a letra do samba tem a nota máxima.

Meu momento favorito do samba é o segundo refrão que termina com a frase "Vem pra rua" que acabou se tornando um mantra neste enredo com chamadas para ensaios e formas de mostrar sua identificação total com o samba e/ou escola. Esse trecho me faz lembrar os protestos que ocorreram aqui no Brasil em momentos de crise política que diminuíram bastante.

Um momento importante do samba é a segunda estrofe que em anos anteriores não conseguia chegar ao nível altíssimo como neste ano e vemos em 2018 versos bem descritos e lineares, sem aquela falta de objetividade ou tentativa de preencher lacunas para adequar ao enredo e a parceria foi bem feliz na composição.

A melodia que tem como diretor de bateria Mestre Zoinho vem numa sintonia perfeita, com ritmo acelerado e com momentos de 'virada' de refrão para estrofe muito bem encaixados. Não é minha especialidade avaliar melodia, mas por experiência de anos acompanhando carnaval este tipo de melodia me agrada muito.

Como interprete temos o espetacular Carlos Júnior que é um dos meus favoritos do carnaval paulistano e ele dá identidade a escola e não consigo imaginar Império sem Carlos. Mais uma vez ele foi bem técnico e dá vida a cada verso e sabe interpretar como ninguém.


Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente o enredo esta show de bola.

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