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DONA DO NARIZ
Isso permite que ela hoje escolha o que grava e o que lança e relança. Sem alarde nem avisar gravadora. O novo álbum, por exemplo, foi gravado em seis meses, com viagens a São Paulo, Nova York, Los Angeles e Buenos Aires.
Ela diz no site oficial que o CD é seu oitavo. Exclui da conta "Infinito ao meu Redor" (2008), trilha do documentário autobiográfico de mesmo nome, e "Tribalistas" (2002), com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. "É um projeto coletivo", explica ela na página da internet.
Por mais que negue "Tribalistas" como obra própria, é desse álbum que saiu "Velha Infância", a música mais executada de sua carreira no rádio, tanto na categoria compositora quanto como cantora, atesta levantamento feito pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) para a Serafina.
Para o CD, Marisa aprendeu a "falar" com um novo instrumento. "Ela descobriu no uquelele uma maneira de se expressar que tem muito a ver com ela", diz Adriana Calcanhotto, amiga de Marisa desde que esta foi ver sua primeira apresentação no Rio, em 1989.
O instrumento é primo havaiano do machete. "Os portugueses levaram a viola, chamada de braguinha, para a ilha no fim do século 19", diz o luthier Marcelo Silva, que produz uqueleles. "É como se fosse um cavaquinho, bem brasileiro, mas virado ao contrário."
É que as cordas do uquelele fazem o caminho inverso dos outros parentes do violão: as de cima são as primas, de som mais agudo, e as de baixo são os bordões, notas mais graves. A inversão da lógica no instrumento em que ela diz ter se encontrado vale também para sua carreira.
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