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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Carnaval do Rio de Janeiro 2017 | Estação Primeira de Mangueira - Enredo, Destaques e Dados



"Só com a ajuda do Santo"



FICHA TÉCNICA


Presidente Carnavalesco
Chiquinho da Mangueira Leandro Vieira


Intérprete Diretor de Bateria
Ciganerey Rodrigo Explosão e Vítor Art 


Rainha da Bateria Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Evelyn Bastos Matheus e Squel


Fundação Títulos
28 de abril de 1928 18




SINOPSE


"Te corto, te talho. Corto-lhe a cabeça, corto-lhe o rabo, corto-lhe o coração. Só o corpo da gente é que não. Para trás irás, pra frente não passarás. Onde principiais, lá acabarabás". (reza popular)

Pra tudo que é santo vou apelar. Para o santo de casa, para o santo de altar. Vou bater na madeira três vezes, vela acesa, copo d’água. Galho de arruda pra espantar quebranto e mau olhado. Vou saudar o Benedito, e se a graça eu alcançar, tem zabumba e reco-reco, ponho a congada pra desfilar. Vou pedir aos Santos Reis, afastar os móveis da sala, abrir portas e portões, dar licença para os mascarados “vadiá” no salão. Bordar uma bandeira pro Divino. Pedir a São João. Cortar papel fino pra fazer balão. Enfeitar de cravos e rosas a capelinha de melão.

Botar “guri” pra ser anjinho de procissão. Bendizer o “meu Padim”. Me apegar com a “Mãezinha” pra desatar qualquer nó. Carregar andor, pegar na corda. Na terceira onda que quebra na praia, lançar no balanço do mar: perfume, rosa, espelho e pente, pra Inaê, Marabô, Janaina se enfeitar.

Se pro velho Pedro já pedi que abrisse os portões dos céus e mandasse chuva pro roçado; se Santo Antônio, depois da judiação de tomarem-lhe o menino, à moça solteira já deu matrimônio; se São Sebastião é padroeiro do meu Rio de Janeiro, se São Francisco é quem protege os animais; se Santa Clara ilumina o caminhar; se bala, pipoca e guaraná agradam Cosme e Damião; vou me curvar aos pés do guerreiro, São Jorge fiel escudeiro. Por ordenança da Virgem Maria, ele é o “praça” que vai à frente da minha cavalaria.

Para me cercar de todo lado vou firmar ponto pro “santo” que baixa no terreiro. Pôr amuleto nos pés do gongá. Pra cortar demanda, me embrenhar nas matas e “saravá” “seu” Sete Flechas. Mandar fazer três capacetes de penas, um pra Iara, um pra Jandira, e um pra Cabocla Jurema. Jetruá pra saudar o Boiadeiro. Cantiga para o Marinheiro. Marafo, mel e dendê na farofa. Rezar para as Santas Almas, “Preta Velha, negra Mina da Guiné o inimigo que caia, e que eu, fique de pé”. É bom lembrar, não pode faltar, a proteção do Orixá. A Mangueira quer passar e comandar a procissão. Seu verde e rosa, todo mundo sabe, faz tempo já virou religião. Pra cruzar o seu caminho, é bom saber pisar. Traz mistério, crendices e magia. Não se engane: Só quem pode com a mandinga, carrega patuá.

P.S: Expedito, você que é dado ao impossível, será que fazia mal, chegar no ouvido do pai, e interceder por mais esse carnaval?




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