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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Carnaval do Rio de Janeiro 2017 | Portela - Enredo, Destaques e Dados



"Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar..."



FICHA TÉCNICA


Presidente Carnavalesco
Luis Carlos Magalhães Paulo Barros


Intérprete Diretor de Bateria
Gilsinho Nilo Sérgio


Rainha da Bateria Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Bianca Monteiro Alex e Danielle 


Fundação Títulos
11 de abril de 1923  21




SINOPSE


ABERTURA
A nascente do rio guarda os segredos da criação do mundo. Surge generosa, na Avenida, encharcando a terra, fecundando o solo, despertando a natureza. Lugar de devoção de onde emana a energia criadora, a fonte dourada reflete as cores do sol, anunciando que vale ouro nosso bem mais precioso. A Águia encantada bebe a água sagrada e abençoa aqueles que respeitam os mistérios da fonte da vida.

O PASSADO É UM PRESENTE DO RIO
E muitos são os segredos que repousam no leito do velho rio. As antigas civilizações iniciaram seus processos de organização social com o crescimento das vilas, povoados e cidades. Tudo começou com o desenvolvimento das técnicas de agricultura, o que permitiu que as primeiras sementes fossem plantadas e germinassem, fixando a vida e o conhecimento nas terras férteis no entorno dos rios. Muitas eram extremamente avançadas e se organizavam em sociedades que impressionam pela sabedoria que detinham sobre as ciências. Ao mesmo tempo, cultuavam seus deuses e os mitos de criação a eles relacionados. No desfile da Portela, essas divindades representam as poderosas relações entre o homem e a natureza, principalmente com os rios. Definem culturas milenares, pois são ícones representativos desses povos até hoje.

SERES DO RIO
Que outras histórias nos conta o rio? Dele emergem seres que seduzem por sua beleza, impõem respeito pela força ou por encantamento. O mito da Cobra-Grande, “mãe do mundo”, é um dos mais antigos e está presente em diversas culturas. Se muitos temem a gigantesca Boiuna, a serpente de olhos de fogo, alguns se deixam seduzir pela Iara, a bela sereia que enfeitiça os homens e os arrasta até o fundo do rio, de onde jamais voltarão. Lendários dragões que habitam e controlam as águas também são temidos e venerados. Entretanto, existem seres que não fazem parte do mundo sobrenatural. Os aguapés, delicadas plantas aquáticas que filtram as impurezas, podem se reproduzir velozmente em ambientes muito poluídos, matando os peixes e se transformando em praga. Já na “terra dos mananciais”, a ameaça vive em águas escuras que escondem o enorme crocodilo, réptil nativo de um país que o respeita e admira.

A VIDA PULSA NA BEIRA DO RIO
De onde vem o que é mais importante para viver? O que sustenta o dia a dia das populações ribeirinhas espalhadas pelo mundo? O corre-corre da vida daqueles que amanhecem todos os dias nas beiradas em palafitas, no “zum zum zum” das lavadeiras, no vai e vem das embarcações repletas de produtos a suprir os mercados, cruzando as águas que servem a todos, invade o rio da Portela.

Mudam-se famílias inteiras, levando outros sons e cheiros para onde existia o silêncio das matas e o burburinho do rio. Pintam de novas cores o contorno e avançam em todas as direções em busca de um pedaço de chão. Existem também aqueles que perdem o rumo e o rio. Mas o rio da Portela é doce e carrega as mágoas de quem sofre desengano por ter perdido um grande amor.

A ALMA DOS RIOS
Formas e cores. Sons e poemas. Se a alma que emana do rio inspira o desenho da catedral que repousa em sua margem, também escreve o romance que dá vida ao personagem que a habita. Ah, a alma dos rios também está na música que valsa nos salões e traduz o sentimento das águas calmas atravessando montanhas e florestas. Baila o rio azul, entre saltos e corredeiras, e a cada curva revela uma nova aventura. Conta a história dos índios que preferem morrer a ter que entregar as terras em que plantaram suas vidas. E o grito de resistência atravessa o tempo: enterrem meu coração na curva do rio. O sentimento de liberdade que flui na alma dos rios também ecoa da música negra norte-americana, ritmo e canto que se desprendem das margens para correr livre pelo mundo.

MEU CORAÇÃO SE DEIXOU LEVAR
Se um dia, que fosse por um único dia, o rio carregasse toda tristeza, se encheria de lágrimas para levar alegria a quem suplica ao Senhor para tornar-se um instrumento da paz. A barqueada atravessa o velho rio, onde os devotos navegam entre rezas e cânticos de fé.

Nessas águas azuis, encontram-se muitas culturas, histórias e credos, lendas e mistérios. Recebem, pelo caminho, orações e oferendas. Refletem o ouro das nascentes, que brilha no culto a Oxum, orixá das águas doces do rio, da riqueza, da prosperidade e da beleza. Arrastam o povo, cantando a música que só um rio pode inspirar. No altar do samba, rezam as pastoras e os pastores, como fiéis na santa missa da capela. Cobre a Sapucaí o manto azul e branco da Portela. Salve o rio, salve a Santa, salve ela!



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