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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Carnaval de São Paulo 2016 | Pérola Negra - Sinopse, Análises e Projeções


A escola de samba Pérola Negra volta ao grupo especial no carnaval de 2016 após ser segunda colocada no grupo de acesso em 2015 e para se manter na elite contará a história do seu bairro, a Vila Madalena através da dança. 


"É a história da Vila Madalena contada através da dança. Começamos da dança na natureza, lembrando que onde hoje fica a Vila Madalena era a Mata Atlântica. 
Teremos a dança das águas, das aves e animais."

(Fábio Borges, carnavalesco ao G1)



Sinopse

O território onde hoje se situa o bairro de Vila Madalena fazia parte de uma imensa floresta, cenário grandioso onde era encenado um apoteótico bailado. Os sons da Mata Atlântica criavam uma sinfonia selvagem, de ritmo bárbaro e grandioso, enquanto bandos de araras num sincronizado voo exibiam sua coreografia aérea. Na sinuosa dança das águas dos igarapés, cardumes de peixes encenavam seu balé aquático.

No chão, animais dançavam para seduzir suas fêmeas, e serpentes em suave dueto deslizavam entre arbustos. Embaladas pelo vento, as árvores iam e vinham num ritmado "balancê".

Os índios, como parte integrante dessa imensa floresta, cantavam e dançavam por qualquer motivo, inspirados por esse balé da natureza.

Presos aos tornozelos dos hábeis bailadores, chocalhos feitos de seixos, sementes e dentes, marcavam o compasso da dança. Canindé, Canindé, cantavam e dançavam pedindo vitória na guerra.

Os jesuítas, em seu processo de catequese, para atrair os silvícolas introduziram as danças nativas nos rituais da nova religião. Criaram versos em tupi para os cateretês que os índios dançavam em frente às ocas. Adultos vestidos de penas e listrados de urucu, acrescentavam o crucifixo a seus adornos, e compunham as orquestras onde a guararapeva acompanhava o canto e a dança dos novos rituais.

Nessa "zona rural" de São Paulo de Piratininga, passavam tropeiros com seu imponente bailado equestre, e os "cortadores de mato" dançavam a catira e o fandango.

Os negros, que se refugiaram nessa "vila dos farrapos", ao fugir da escravidão, encontraram na música e na dança o consolo à crueldade dos castigos que tentavam esquecer. A grande variedade de instrumentos de percussão facilitava a execução de notável polirritmia, com um extenso quadro de danças dramáticas fetichistas, os batucajés, ou as alegres danças profanas, os desenfreados batuques. Aqueles vindos de Angola praticaram aqui os rituais de coroação do Rei do Congo. Um belo cisne negro em seu voo migratório, fascinado pela dança dos homens de sua cor resolve ficar por aqui.

Quando essa Vila Madalena não passava de um amontoado de casas e pequenas chácaras, seus moradores iam de casa em casa encenando a Folia de Reis, e dançavam a quadrilha em volta de fogueiras. Mas o espírito festivo que conhecemos na Vila Madalena de hoje, chegou com os estudantes da USP, "dançarinos saltimbancos" que encheram o bairro de alegria e irreverência.

Chegaram os hippies e seus cabelões , e o som do roqueiro Piriri "balançou" os bares e as ruas da "Vila Woodstock". Entre girassóis, purpurina, harmonia e simpatia, a irreverência dançou no "Santa Casa". A Feira da Vila abriu as portas para a entrada de "bailarinos giramundo", brincantes que chegaram com a capoeira, o frevo, o reisado, o maracatu, o boi-bumbá e a gafieira.

Dançarinos foliões vindos do mundo inteiro escolheram a vila como cenário para a encenação da gigantesca "ôla" que deixou saudades depois da Copa do Mundo. Pelas ruas que dançam num sobe-e-desce, os blocos carnavalescos arrastam multidões: Sacudavila, Os Madalenaâ?¦

Pois é mesmo o samba, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, que traduz a alma dançante da Vila Madalena. Ao som da bateria da Pérola Negra, até os mais silenciosos vizinhos, os moradores do Cemitério São Paulo, vão "balançar o esqueleto".


Pérola Negra em 2014


Expectativas Pessoais

A Pérola Negra é uma das escolas de samba que nos últimos anos tem me conquistado por conta dos seus belos enredos, sambas inesquecíveis e alguns momentos que ficaram marcados. Infelizmente a escola tem sofrido com algumas baixas e chegou a cair, subiu, caiu novamente e volta agora para 2016 e a grande tarefa da escola é apenas se manter, fazendo um carnaval com muita fibra, energia, mas sem falar a técnica até porque a competitividade será muito grande e a escola já sai apontada como provável rebaixada nas redes sociais e comentários que costumo ler, mas essas análises e apostas são normais do mundo do carnaval e geralmente aquelas escolas que tem enredo fraco, confuso, samba não tão empolgante e que não tem um nome forte no boca a boca que não é o caso da Pérola, mas tem sido às vezes castigada injustamente com muitos comentários. O enredo da escola é interessante e contará a história do seu bairro, mas apenas focando a dança, ou seja, acredito que tem muito o que mostrar mesmo e para quem já foi na Vila Madalena sabe o quanto o bairro é rico culturalmente. Sobre expectativa de resultado nesse ano penso que carnaval é de linha amarela de linha amarela, mas há certas facetas que dá para imaginar algumas coisas sobre resultado, mas na minha opinião a escola precisa focar em se manter que é assim que deve ser o pensamento.




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