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sábado, 24 de janeiro de 2015

Expressões Populares | A Origem e Seus Significados


No cotidiano de qualquer brasileiro utilizam-se inúmeras expressões populares para diversas situações da vida e nunca paramos para imaginar de onde vem algumas destas expressões que é tão automático de nossas mentes e bocas que muitos nem param mesmo para pensar se isso tem alguma origem, mas acreditem todas as expressões e provérbios populares tem sua origem, a grande maioria surgiram há muitos e muitos anos atrás.


Vejam abaixo uma lista que encontrei de algumas expressões populares que falamos a todo momento, mostrando o significado e a sua origem:


A pressa é inimiga da perfeição

Quando comentou a rapidez com que se redigia o Código Civil Brasileiro, o jurista Rui Barbosa usou esta expressão.
“A união faz a força” que era uma abreviação para um texto bíblico: ”É fácil quebrar uma vara, mas é difícil quebrar um feixe de varas”.


Acabar em Pizza

Uma das expressões mais usadas no meio político é “tudo acabou em pizza”, empregada quando algo errado é julgado sem que ninguém seja punido.  

O termo surgiu por meio do futebol. Na década de 60, alguns cartolas palmeirenses se reuniram para resolver alguns problemas e, durante 14 horas seguidas de brigas e discussões, estavam com muita fome.  

Assim, todos foram a uma pizzaria, tomaram muito chope e pediram 18 pizzas grandes. Depois disso, simplesmente foram para casa e a paz reinou de forma absoluta. Após esse episódio, Milton Peruzzi, que trabalhava na Gazeta Esportiva, fez a seguinte manchete: “Crise do Palmeiras termina em pizza”. Daí em diante o termo pegou. 


Andar à toa

”Toa” vem do inglês ”tow”, que é a corda usada por um barco para rebocar outro maior. Então, quando o barco menor está rebocando o navio, os marinheiros do navio ficam sem fazer nada. À toa é algo feito sem esforço, algo sem importância. Os portugueses, resolveram dar um sentido figurado a esse procedimento marítimo, e já faziam isso desde o século XVII.


As paredes têm ouvidos

Nascida na França e originada da perseguição contra os huguenotes, que resultou na matança conhecida como a Noite de São Bartolomeu (em 24 de agosto de 1572). A rainha Catarina de Médicis, esposa de Henrique II (rei da França), era muito desconfiada e uma perseguidora implacável dos huguenotes. Para poder escutar melhor as pessoas de quem mais suspeitava, mandou fazer uma rede com furos, nos tetos do palácio real. Foi este sistema de espionagem que deu origem à esta expressão muito famosa. Usada para avisar alguém sobre o que vai falar, para não se comprometer.


Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura

Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como A arte de amar e Metamorfoses, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura”. É tradição das
culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio portugueses e brasileiros.


Até que a morte os separe

Na Primeira Epístola aos Coríntios, São Paulo usa a frase para falar dos laços indissolúveis que unem homens e mulheres no matrimônio.


Aos trancos e barrancos

A expressão se refere a algo que segue adiante, mas com muita dificuldade. Tranco é o salto que o cavalo dá, mas também pode ser um golpe brusco. Barranco (no Brasil) é a ribanceira de um rio que tem margem íngreme, mas em Portugal (que é de onde veio a expressão) é uma vala aberta por ações da natureza, como uma enxurrada, ou pelo homem.


Arroz de Festa

Usada para designar pessoas que não perdem nenhuma festividade, a expressão “arroz de festa” pode ter surgido a partir da tradição de jogar arroz em casais recém-casados. Entretanto, a hipótese mais aceita capaz de explicar a origem do termo conta que o mesmo surgiu em razão da existência de uma sobremesa muito famosa em Portugal.

Esta, feita a partir do arroz (corresponde ao nosso “arroz doce”), era uma iguaria obrigatória em todas as festas da época. Desta forma, passou-se a fazer uma analogia entre a sobremesa, ou melhor, entre o arroz e aqueles que não perdem uma festa por motivo algum. 


Bafo de onça

A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de “bafo de onça”. A expressão também faz referência ao hálito de quem está (ou esteve) alcoolizado.


Bode Expiatório

A expressão “bode expiatório” é usada para indicar alguém inocente e que acaba levando toda a culpa para si. Suas origens nos levam aos costumes dos hebreus, povos que realizavam sacrifícios com animais como forma de purificação de seus pecados.

Segundo a tradição judaica, os sacerdotes deveriam colocar suas mãos sobre um bode e sacrificá-lo, de forma que o animal carregasse em si todos os pecados do povo. Foi a partir deste rito religioso que a expressão se originou. 


Botar as cartas na mesa

É originada dos jogos de baralho, no qual em um momento do jogo ”botar as cartas na mesa” é revelar aos outros o que se tem nas mãos, abrir o jogo.


Casa da Mãe Joana

A expressão se deve a Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382. Em 1346, a mesma se refugiou em Avignon, na França.

Aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Transposta para Portugal, a expressão "paço da mãe joana" virou sinônimo de prostíbulo. Trazida para o Brasil, o termo paço, por não ser da linguagem popular, foi substituído por casa. Assim, "casa da mãe joana" passou a servir para indicar o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde impera a desordem e a desorganização.


Chato de Galochas

Acredita-se que a expressão tenha se originado a partir do costume que os homens da década de 50 tinham de usar galochas, calçados de borracha que eram colocados por cima dos sapatos e os protegiam em dias de chuva. Desta forma, o termo popular surgiu a partir da imagem de uma pessoa que não retirava as galochas para entrar em casa, sujando todo o chão de barro e lama: “o chato de galochas”. 


Chorar as Pitangas

A expressão “chorar as pitangas”, usada no Brasil para designar o ato de chorar e lamentar, se originou a partir de uma adaptação da frase portuguesa "chorar lágrimas de sangue". “Pitanga” é uma palavra de origem indígena e significa vermelho.

Desta forma, os índios fizeram uma analogia e começaram a usar a expressão que conhecemos hoje em dia, isto é, de alguém que chora tanto que seus olhos ficam avermelhados. 


Colocar a mão no fogo

Significa confiar na inocência de uma pessoa. Nasceu na Idade Média. Para provar sua inocência, o acusado deveria caminhar alguns metros, na frente de um juiz e de testemunhas, segurando uma barra de ferro em brasa nas mãos. As mãos eram protegidas apenas por um pedaço de estopa envolvido em cera. Três dias depois, a estopa era retirada. Se a mão estivesse sem nenhuma marca, o acusado era considerado inocente. Se aparecesse uma queimadura, o sujeito era enforcado.


Com o rabo entre as pernas

Significa aqueles que recuam, humilhados ou amedrontados. Seu uso é bem antigo, pois Francisco Manuel de Melo a mencionou em Feira de Anexins, de 1666.


Comer com os olhos

Quem não pode devorar uma saborosa comida, acaba comendo apenas com os olhos. Atualmente, ”comer com os olhos” significa ter certa inveja. Mas na Roma Antiga, uma cerimônia religiosa consistia em um banquete em honra dos deuses em que ninguém colocava as mãos na comida. Todos participavam da refeição apenas olhando.


Comprar gato por lebre

Quem nunca se sentiu enganado por aquela oferta generosa e descobriu que, na verdade, comprou gato por lebre? Dizem alguns historiadores que, em tempo de guerra e de carestia, muitas pessoas conseguiam vender gatos no lugar de lebres, como carne para alimento, dada a semelhança entre ambos após lhes tirarem a pele.
‘De tamanho e corpo parecidos, os velhacos deixavam a carne de gato na água e temperada, o que disfarçava seu cheiro e conseguiam passá-la adiante como se fosse lebre’, explica o professor Ari Riboldi.


Corredor Polonês

Corredor polonês é uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra, com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polônia ao fim da Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os poloneses circulassem livremente em território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polônia ao Mar Báltico. Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao território polonês. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polônia, os poloneses foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois lados do Corredor e atiravam contra os poloneses, que estavam no meio.


Contagem regressiva

No filme A mulher na Lua, de 1930, o cineasta alemão Fritz Lang criou a contagem regressiva para dar mais emoção a uma cena de um lançamento de foguete. Cientistas alemães aprovaram a novidade e passaram a adotar a contagem regressiva no lançamento de bombas V-2, durante a Segunda Guerra Mundial. O procedimento foi levado à NASA pelos cientistas alemães que se mudaram para os EUA, fugidos do nazismo.


Custar os Olhos da Cara

Há quem diga que a expressão “custar os olhos da cara” tenha se originado quando o conquistador espanhol Diego de Almagro perdeu um de seus olhos durante um conflito em uma fortaleza inca, fato que rapidamente ficou conhecido por todo o povo. Entretanto, é sabido que diversos povos da Antiguidade tinham a tradição de arrancar os olhos de seus prisioneiros de guerra, especialmente dos governantes inimigos. Tanto é que o próprio escritor romano Plauto (254-184 a.C.) já havia registrado a expressão em uma de suas peças de teatro.


Dar com os burros n'água

A expressão surgiu no período do Brasil Colonial, no qual tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos difíceis, regiões alagadas e muitos deles morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço para conseguir algo e não tem sucesso nisto.


Dar de mão beijada

A expressão “dar de mão beijada”, usada para se referir ao ato de dar algo de forma espontânea e gratuita, sem esperar nada em troca, possui suas origens na Idade Média. Nesta época, era comum que ricos fiéis dessem generosos presentes, como terras e palácios, à Igreja. Como recompensa, estes tinham o privilégio de beijar as mãos do papa. A partir de então a expressão se popularizou.


De mãos abanando

Na época da intensa imigração no Brasil, os imigrantes tinham que ter suas próprias ferramentas. As "mãos abanando" eram um sinal de que aquele imigrante não estava disposto a trabalhar. A partir daí o termo passou a ser empregado para designar alguém que não traz nada consigo. Uma aplicação comum da expressão é quando alguém vai a uma festa de aniversário sem levar presentes.


Dor-de-cotovelo

A expressão “dor-de-cotovelo”, muito usada para se referir a alguém que sofreu uma decepção amorosa tem sua origem na figura de uma pessoa sentada em um bar, com os cotovelos em cima do balcão, enquanto toma uma bebida e lamenta a má sorte no amor.

De tanto o apaixonado ficar com os cotovelos apoiados daquela forma, os mesmo deveriam doer. Esta é a ideia por trás desta expressão. 


De tirar o chapéu

É quando alguma coisa está muito boa ou merece admiração. Antigamente se usava muito chapéu, então a expressão era mais usada. Hoje em dia está em extinção porque ninguém mais usa chapéu. Mas a expressão ainda permanece como forma de homenagem e de reverência. O rei francês Luís XIV criou uma espécie de manual de etiqueta sobre o uso do chapéu em sua corte, ordenando que o chapéu só poderia ser retirado da cabeça para saudações em ocasiões especiais. Foram os portugueses que trouxeram esta expressão para o Brasil.


”Dia D” e ”Hora H”

Dia determinado para a execução de uma certa tarefa ou para o início de uma dada operação. Teve origem na Segunda Guerra Mundial, no famoso dia em que os Aliados se preparavam para invadir a região da Normandia, ocupada pelos alemães. Para manter o plano em sigilo, as forças aliadas registraram apenas o dia como D e a hora como H. E foi daí que nasceram as duas expressões: Dia D e Hora H.
O Dia D foi 6 de Junho de 1944 e a Hora H foi às 6 da manhã. A operação de invasão envolveu 3 milhões de soldados, 5.339 embarcações, 11 mil aviões e 15 mil tanques e veículos blindados. Morreram 80.295 soldados alemães, 34.417 soldados aliados e 12.850 civis franceses. Foi a operação militar mais espetacular de todos os tempos.


Drible da vaca

Improvável que uma vaca fosse capaz de fazer a jogada em que o atleta lança a bola por um lado do adversário e a alcança correndo pelo outro lado (o mesmo que meia-lua). A expressão teve origem na prática do futebol em campos improvisados, nos potreiros do interior, nas fazendas, em plenas pastagens de gado. Era comum, durante a partida, um desses animais atravessar pelo meio do espaço onde se realizava o jogo. Diante dessa situação, além de driblar o seu oponente, o atleta tinha que se livrar da vaca. Para tanto, jogava a bola para um lado do animal e corria para o outro, lá adiante, para alcançá-la e dar continuidade à sua trajetória.
‘Se a vaca fosse dócil e mansa, tudo bem; caso contrário, se ela não concordasse com o drible e ameaçasse usar os chifres ou patas, o mais prudente era interromper o jogo por alguns minutos e esperar que ela mesma se afastasse para além dos limites das quatro linhas’, brinca o professor Ari Riboldi.


Engolir Sapo

Acredita-se que a expressão tenha se originado a partir dos relatos bíblicos das pragas que atingiram o Egito no tempo de Moisés. Uma destas pragas era, justamente, a infestação de rãs, de forma que até mesmo durante as refeições os egípcios se deparavam com os animais pulando por todos os lados, inclusive para dentro de seus pratos. Hoje em dia, o termo “engolir sapo” é usado para designar o ato de suportar uma situação desagradável sem hesitar. 


Espírito de porco

Você é o rei da piada sem graça, uma mala sem alça, grosseiro ou estraga prazeres? É aquele que interfere, geralmente, no sentido de criar embaraços ou de agravar situações que já são difíceis? Pois você tem o espírito de porco. ‘A origem vem da má fama do porco, embora injusta, sempre associado à falta de higiene, à sujeira e, inclusive, à impureza, ao pecado e ao demônio, conforme alusões feitas no texto bíblico do Antigo e do Novo Testamento’, explica Ari Riboldi.
No período da escravidão, a má fama do porco foi reforçada. Nenhum dos escravos queria ter a tarefa de matar os porcos nas fazendas, o que faziam muito a contragosto. A morte era dolorosa: uma facada profunda em direção ao coração, sangue jorrando e gritos do animal aos poucos se esvaindo até morrer. ‘Entre os escravos, havia a crença de que o espírito do porco ficava no corpo de quem o matava e o atormentava pelo resto de seus dias. Nesse caso, o matador dos porcos ficava para sempre possuído pelo espírito deles’, conta Riboldi.


Estar com a macaca

Em algumas culturas, por influência da religião, acredita-se que certas palavras, como demônio, diabo, satã, são portadoras de má sorte. ‘Fazem parte dos tabus linguísticos e devem, portanto, ser evitadas. A simples pronúncia poderia trazer mau agouro, atrair a ira de um deus ou de entidade sobrenatural. O povo, na sua sabedoria, faz uso de outros vocábulos, uma espécie de eufemismo’, comenta o professor Ari Riboldi.
No Nordeste brasileiro, por exemplo, o capeta é substituído pelo termo cão. Estar com o cão é ter o diabo no corpo. Nessa região, é comum ouvir-se a expressão ‘cão chupando manga’ como sinônimo de algo muito feio, ou seja, como se fosse ver o próprio capeta chupando manga e fazendo caretas. Em outras regiões, o diabo é substituído pelo macaco ou pela sua fêmea. Logo, ‘estar com a macaca’ também é estar endiabrado, ser possuído pelo coisa-ruim, enfim, estar endemoniado.


Errar é humano

A criação de ”Errare humanum est” é atribuída ao escritor latino Sêneca (4 a.C.-65 d.C.).


Entrar com o Pé Direito

A tradição de entrar em algum lugar com o pé direito para dar sorte é de origem romana. Nas grandes celebrações em Roma, os donos das festas acreditavam que entrando com tal pé evitariam agouros na ocasião da festividade. A palavra “esquerda” é de origem latina e significa “sinistro”, daí já fica óbvia a crença do lado obscuro dos inocentes pés esquerdos. Foi a partir daí que a crença se espalhou por todo o mundo.


Fazer nas Coxas

A expressão “fazer nas coxas” surgiu na época da colonização brasileira. As telhas usadas nas construções da época, feitas de barro, eram moldadas nas próprias coxas dos escravos. Assim, algumas vezes ficavam largas, outras vezes finas, nunca com um tamanho uniforme. Foi desta forma que surgiu a expressão, utilizada para indicar algo mal feito.


Fazer Vaquinha

A expressão “fazer vaquinha” surgiu na década de 20 e tem sua origem relacionada com o jogo do bicho e o futebol. Nas décadas de 20 e 30, já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, a torcida do time se reunia e arrecadava entre si um prêmio para ser dado aos jogadores.

Estes prêmios eram relacionados popularmente com o jogo do bicho. Assim, quando iam arrecadar cinco mil réis, chamavam a bolada de “cachorro”, pois o número cinco representava o cachorro no jogo do bicho. Como o prêmio máximo do jogo era vinte e cinco mil réis, e isso representava a vaca, surgiu o termo popular “fazer uma vaquinha”, ou seja, tentar reunir o máximo de dinheiro possível para um fim específico.


Fazer um bicho-de-sete-cabeças

No sentido figurado, fazer de alguma coisa um ‘bicho-de-sete-cabeças’ é exagerar na dificuldade de realizá-la, o que pode acontecer por receio ou por mera falta de disposição. Algo muito complicado, de extrema dificuldade para sua execução ou entendimento.
‘Na mitologia, era uma serpente descomunal, com inúmeras cabeças, que habitava região pantanosa de Lerna, na antiga Grécia. Destruir o terrível monstro era um dos 12 trabalhos de Hércules, o grande herói que se submetera à tarefa para recuperar sua honra. A cada cabeça cortada outras mais renasciam do corpo do monstro. Hércules conseguiu cortar todas as cabeças e impedir que outras surgissem, cauterizando cada ponto com enormes tições tirados de uma floresta em chamas’, explica o professor Ari Riboldi. Para muitos autores, a serpente tinha sete cabeças, o que veio a consagrar a expressão.


Farinha do mesmo saco

“Homines sunt ejusdem farinae” (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora faz referência ao fato de a farinha de boa qualidade ser posta em sacos separados, para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim, utilizar a expressão “farinha do mesmo saco” é insinuar que os bons andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.


Guardado a Sete Chaves

No século XIII, os reis de Portugal adotavam um interessante sistema de arquivamento de joias e documentos importantes: um baú que possuía quatro fechaduras. Cada uma destas chaves era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves.

O número sete passou a ser utilizado em razão de seu valor místico, desde a época das religiões primitivas. Foi assim que se começou a utilizar o termo “guardar a sete chaves” para designar algo muito bem guardado. 


Hip, Hip, Hurra!

Provavelmente nascida na Idade Média. ”Hip” viria de ”hep” (palavra formada pelas iniciais do latim ”Hierosolyma est perdita”, cujo significado é ”Jerusalém caiu” ou ”Jerusalém está perdida”. ”Hurra”, por sua vez, viria de ”Hu-raj!” (exclamação eslava que significa ”Para o paraíso!”. Se assim for, pode-se dizer que ”Hip, Hip, Hurra!” literalmente quer dizer ”Jerusalém está perdida e estamos a caminho do paraíso”.


Jurar de Pés Juntos

A expressão surgiu por meio das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado até dizer a verdade. Até hoje, o termo é empregado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.


Lágrima de Crocodilo

Quando dizemos que uma pessoa está chorando “lágrimas de crocodilo”, estamos querendo dizer que ela está fingindo, chorando de uma forma falsa. Tal expressão, utilizada no mundo inteiro, veio do fato de que o crocodilo, quando está devorando suas presas, faz uma pressão muito forte sobre o céu da boca e estimula suas glândulas lacrimais, dando a impressão de que o animal está chorando. Obviamente, o animal não “chora”. Foi desta forma que surgiu a expressão popular.


Lua de mel

A expressão vem do inglês honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou hidromel, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O mel era considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período passou a ser chamado de “lua de mel”.


Memória de elefante

Você lembra o aniversário de todos os amigos e nem precisa da agenda do celular para ligar para o primo do interior? Então você tem a memória de elefante. ‘O elefante é um bom aprendiz e lembra de tudo o que lhe é ensinado. Assimila e repete com facilidade inúmeros comandos’, afirma o professor Ari Riboldi.
Assim, costuma-se dizer que uma pessoa que prontamente lembra de tudo possui memória de elefante. Nada a ver com o tamanho do animal, mas sim com sua capacidade de repetir ordens e comandos.


Motorista Barbeiro

No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também tiravam dentes, cortavam calos, entre outras coisas. Por não serem profissionais, seus serviços mal feitos eventualmente geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço ruim passou a ser atribuído ao barbeiro, por meio da expressão “coisa de barbeiro”.

Este termo veio de Portugal, contudo, a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira. 


Novo em folha

Para falar que algo nunca foi usado ou que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está “novo em folha”. A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois de se machucar ou enfrentar uma doença, está curado. A origem dessa expressão baseia-se em folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados, encontradas em livros novos, recém impressos. Assim, trata-se de livros “novos em folha”.


OK

A expressão inglesa “OK” (okay), mundialmente conhecida quando queremos dizer está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, nos EUA. Durante o conflito, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam em uma placa “0 Killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação. Foi assim que surgiu o famoso “OK”.


Onde Judas perdeu as botas

A expressão "onde Judas perdeu as botas" é usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível. Existe uma história não comprovada que relata que após trair Jesus, Judas se enforcou em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhara por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem seus sapatos, saíram em busca dos mesmos e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se tais botas foram achadas. Acredita-se que foi assim que surgiu tal expressão.


Olha o passarinho!

Quando a fotografia foi inventada, a impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos dias atuais. Na metade do século 19, os fotografados tinham de permanecer parados por até 15 minutos, a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da máquina. Fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos, o que chamava a atenção dos pequenos. Assim, a expressão “Olha o passarinho” ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a foto.


Ovelha negra

Esta expressão não é brasileira nem restrita à língua portuguesa. Vários outros idiomas também a utilizam para designar alguém que destoa de um grupo, assim como uma ovelha da cor preta se diferencia em um rebanho de animais brancos. Na Antiguidade, os animais pretos eram considerados maléficos e, por isso, sacrificados em oferenda aos deuses ou para acertar certos acordos. Daí o hábito de chamar de “ovelha negra” aqueles que se diferenciam por desagradar e chocar aos demais.


Pagar o Pato

Acredita-se que a expressão “pagar o pato” tenha se originado no século XV. A história é a seguinte: um camponês passava com seu pato pelas redondezas, quando certa mulher casada quis o animal e propôs ao homem adquirir o bicho por meio de favores sexuais.

O homem aceitou, porém os dois tiveram uma briga a respeito do tempo de duração da “moeda de troca”. Tudo acabou quando o marido da mulher chegou e, para acabar a discussão, pagou o pato em dinheiro. Já a reação do marido ao ver sua mulher com outro... Bem, isso já é outra história.


Pensando na Morte da Bezerra

A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, nas quais os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados.

Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que fora sacrificada. Assim, após o animal morrer, ficou se lamentando e pensando na morte do mesmo. Após alguns meses o garoto morreu. Foi desta forma que surgiu tal expressão. 


Pra inglês ver

A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que tais regras não seriam cumpridas, assim, as mesmas teriam sido criadas apenas "para inglês ver". Foi assim que surgiu a expressão.


Quinto dos Infernos

Até o fim do século XVIII, o Ciclo do Ouro no Brasil desencadeou uma verdadeira corrida em busca do enriquecimento. Portugueses e brasileiros de todas as partes se moveram para as novas e promissoras regiões. Entretanto, logicamente a Coroa Portuguesa logo estabeleceu pesados impostos para lucrar com toda a atividade aurífera gerada. Todo o ouro encontrado deveria ser encaminhado para as Casas de Fundição, derretido e transformado em barras, nas quais havia o selo da Coroa (uma espécie de autorização). Neste processo já era cobrado um imposto: o “quinto”, o qual nada mais era do que a cobrança da quinta parte de todo o ouro encontrado.

Esse tributo era tão odiado pelos donos das minas auríferas, que passaram a chamá-lo de “o quinto dos infernos”. De fato, a tributação de Portugal foi, inclusive, um dos motivos para a eclosão da Inconfidência Mineira, em 1789.


Rasgar Seda

Tal expressão, utilizada quando alguém elogia exaustivamente outra pessoa, surgiu por meio de uma peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na mesma, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a mulher percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa.” Foi assim que surgiu a expressão.


Salvo pelo Gongo

Acredita-se que as origens da expressão “salvo pelo gongo” estão relacionadas à catalepsia, uma rara doença na qual o indivíduo fica com os membros rígidos, sem conseguir se movimentar. Na Antiguidade, muitas pessoas que sofriam deste mal eram tidas como mortas e enterradas vivas. Isso podia ser comprovado posteriormente pelos arranhões que eram encontrados do lado de dentro dos caixões.

Foram os ingleses que criaram, durante o século XVII, um mecanismo que deu origem à expressão popular: amarrar uma corda ao braço do defunto e ligá-la a um sino de fora do túmulo. Assim, se o indivíduo tivesse sido enterrado equivocadamente, bastava tocar a sineta e ser “salvo pelo gongo” da mesma.


Santo do Pau Oco

A origem da expressão “Santo do Pau Oco”, usada para designar pessoas dissimuladas, se originou na época do Brasil Colonial. Entre o final do século XVII e o início do século XVIII, Portugal cobrava altos impostos sobre o ouro produzido em terras brasileiras.

Uma forma que as pessoas encontraram de driblar a fiscalização da Coroa foi escondendo ouro em pó dentro de imagens de santos esculpidas em madeira oca. Acredita-se que foi desta forma que o termo popular tenha surgido. 


Sem eira nem beira

Significa pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado , então construíam somente a tribeira ficando assim “sem eira nem beira”.


Ter minhocas na cabeça

Quem está com minhocas na cabeça, está se preocupando à toa. Mas o que esse bichinho tem a ver com os seus problemas? Segundo o professor Ari Riboldi, a expressão é uma metáfora do que as minhocas fazem na terra. ‘A sua presença num terreno representa a certeza de fertilidade do solo. Elas transformam os vegetais em húmus e, pela sua ação perfuradora, facilitam a passagem e infiltração da água’, afirma.
‘As indesejáveis são as minhocas da nossa cabeça, preocupações inúteis, mas que podem nos tirar o sono. Para nos livrarmos delas, somente tirando-as de lá, ou seja, literalmente extraindo-as desse solo impróprio’, compara. A expressão retrata a ação das minhocas perfurando o solo.


Tem boi na linha

Essa é do tempo da vovó. Ter boi na linha é encontrar um obstáculo, surgir um problema, uma adversidade. Houve época em que as estradas de ferro eram protegidas por cercas, nas áreas de campo, onde havia criação de gado. Se um dos animais ultrapassasse a cerca e se instalasse tranquilamente sobre ou entre os trilhos da viação férrea, o maquinista era obrigado a parar o trem, pois havia, literalmente, boi na linha. No caso, a linha era a denominação dada à estrade de ferro (ferrovia), conhecida com linha do trem, tendo em vista os dois trilhos paralelos, explica o professor Ari Riboldi.


Tchê

A expressão “tchê”, famosa por fazer parte do vocabulário de muitos gaúchos, possui suas raízes na língua das regiões fronteiriças do Brasil, o espanhol. Acredita-se que o termo tenha se originado a partir do “che”, interjeição que significa algo próximo ao nosso “ei”. Desta forma, por volta do século XVIII a expressão acabou sendo incorporada ao Português.


Tirar o Cavalo da Chuva

No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixavam o cavalo ao relento, em frente à casa do anfitrião. Caso a visita fosse demorar, colocavam o animal nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.

Contudo, o convidado só poderia colocar seu cavalo protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de algo. 


Tintim por tintim

Corrente tanto no português do Brasil como em Portugal, a expressão “tintim por tintim” é utilizada para falar de alguma coisa descrita em seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Em sua origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta ou dívida paga até a última moeda. Assim, quando queremos obter informações precisas sobre algum fato ou situação, costumamos dizer: “Conte-me tudo, tintim por tintim”.


Uai?

Conhecida por fazer parte do modo de falar de mineiros e goianos, a palavra “uai” é usada para expressar espanto, surpresa ou impaciência. Na verdade, dependendo do jeito que for usada, pode acabar tendo vários significados. Embora não se saiba com exatidão a sua origem, existem duas teorias nesse sentido.

A primeira delas é proveniente dos tempos da Inconfidência Mineira. Para se protegerem da polícia imperial, os inconfidentes usavam uma espécie de senha para garantir que o indivíduo que fosse entrar em suas reuniões era confiável: este deveria bater três vezes na porta da casa e dizer a palavra “uai”, iniciais de União, Amor e Independência. A partir daí, acredita-se que o termo tenha sido incorporado ao vocabulário.

A segunda hipótese data de 1824, época em que a primeira empresa britânica se instalou em Minas Gerais. A “Imperial Brazilian Mining Association” permaneceu quase três décadas atuando na exploração de ouro e, desta forma, propagando a língua e os costumes da terra da rainha. Assim, a expressão “uai” seria uma versão nacional da palavra “why” (“por quê?”, em inglês), que possui uma fonética idêntica e um sentido bastante semelhante.


Vestir a Carapuça

Durante a Idade Média, a Igreja Católica estabeleceu a chamada Inquisição, um tribunal eclesiástico que julgava e punia os hereges. Aqueles que se apresentavam perante o mesmo deveriam usar uma túnica com o formato de um poncho e um chapéu longo e pontiagudo, isto é, a carapuça. A partir daí surgiu a expressão “vestir a carapuça”, usada para designar o ato de assumir a culpa.


Voto de Minerva

A expressão tem sua origem em uma história pertencente à mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Troia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício aos deuses para conseguir a vitória do exército grego contra os troianos. Sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, o assassinou. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. Orestes obedeceu, mas seu crime também teria que ser vingado. Em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. A decisão, tomada por 12 cidadãos, terminou empatada. Chamada pelos gregos de Atenas (Minerva era seu nome romano), a deusa da sabedoria proferiu seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão Voto de Minerva (também conhecida como “voto de desempate” ou “voto de qualidade”).


Zerar o Jogo

Esta expressão é utilizada quando uma pessoa tem um videogame e em um de seus jogos ele completa toda a missão do jogo e encerrando as fases, então dá-se este termo porque na época do Atari haviam alguns jogos onde os pontos diminuíam conforme o jogador passasse de fase e quando o jogo chegava ao fim os pontos zeravam mostrando ali o jogo acabou, ou seja, zerando ao jogo.



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